A importância da manutenção do veto presidencial à realização do Revalida por escolas particulares, proibindo-as de revalidarem diplomas médicos obtidos no exterior, foi um dos temas que integraram a pauta da primeira reunião do ano da Associação Médica Brasileira (AMB) com suas federadas. O encontro, realizado recentemente em São Paulo, contou com a participação do presidente da Associação Médica do Paraná, Dr. Nerlan Carvalho.

Na oportunidade, o consultor Napoleão Salles explicou que, para mudar a decisão do Palácio do Planalto, são necessários 257 votos de deputados e 41 de senadores, computados separadamente. Portanto, para que a proibição seja mantida, pois ainda precisa dessa deliberação dos parlamentes, o número de votos não pode atingir esse total. Por isso, ele salientou aos presentes a necessidade do contato com os representantes de seus estados no Congresso Nacional para que concordem com o veto, que foi resultado de reivindicação e intenso trabalho das entidades médicas, representando uma conquista para a categoria e para a população.

Segundo a diretora de Assuntos Parlamentares da AMB, Dra. Débora Cavalcanti, serão definidos nomes para compor a Comissão de Assuntos Políticos (CAP), para ampliar a proximidade com os políticos estaduais.

A qualidade da formação médica e a necessidade de manutenção da moratória para a abertura de novas escolas e vagas, abordadas em reunião da AMB com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente Jair Bolsonaro,  também estiveram na pauta, além da exposição de outras ações da entidade, como o apoio aos projetos Médicos pelo Brasil e Unidos contra a Corrupção, valorização de auxiliares nas cirurgias e inclusão de novos procedimentos na CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos). Entre eles, a colocação de balão intragástrico, utilizado no tratamento contra a obesidade; a radioembolização, para tratamento de tumores hepáticos; a gestão de pacientes com apneia obstrutiva do sono por CPAP, e o uso de um novo software de ultrassom que avalia a elasticidade do tecido, informação associada à malignidade de diversas doenças.

Projetos futuros

O 1º vice-presidente da AMB, Dr. Diogo Sampaio, detalhou projetos que devem ser colocados em prática em 2020, ressaltando a necessidade de se falar a linguagem do jovem. Entre as ações, estão os aplicativos “Quero ser sócio”, “CBHPM Digital”, que deverá estar disponível a partir de setembro gratuitamente aos associados, e “Clube de Vantagens”, com as parcerias em nível nacional e benefícios como pontuação progressiva. A cada acesso, por exemplo, serão gerados Códigos QR para o acúmulo de pontos. O início está previsto para março.

Também deve ocorrer neste ano a implantação de novo sistema e rede central de serviços, com o objetivo de implantar um modelo para que as federadas que desejarem possam gerenciar os fluxos de caixa, cobranças e analisar dados, facilitando a tomada de decisões e diminuindo desperdícios.

Associação Médica Mundial

Foi informado, ainda, sobre evento que reunirá nos dias 19 e 20 de março, em São Paulo, membros da AMB, Conselho Federal de Medicina (CFM) e de 30 países de língua portuguesa e espanhola, para debater o Código de Ética Médica, com foco na relação médico-paciente e médico-médico, visando propor a adoção por outras nações.

A World Medical Association (WMA) tem na presidência, desde outubro do ano passado, o médico brasileiro Miguel Jorge.

Federadas

Na palavra aos presidentes das federadas, foram relatadas as atividades desenvolvidas nos diversos estados. O presidente da AMP, Dr. Nerlan Carvalho, entre as ações que destacou, lembrou o firme posicionamento da entidade, em conjunto com o CRM-PR, contra a conduta do radialista e deputado federal Emerson Petriv, o Boca Aberta, que abordou médico em ambiente hospitalar e divulgou em redes sociais as imagens gravadas, que atentam contra a honra do profissional. O fato ocorreu em município paranaense localizado na região de Londrina. O repúdio público das duas entidades médicas gerou representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que aprovou a suspensão do mandato do parlamentar por seis meses.

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