O Conselho Federal de Medicina (CFM) deu início, nesta quarta-feira (10), à programação comemorativa de seus 80 anos de fundação, em Brasília. A solenidade de abertura contou com a presença de lideranças médicas, políticas, acadêmicas e religiosas, reforçando o caráter plural do evento e a relevância da entidade na história da saúde brasileira. O presidente da Associação Médica do Paraná, Dr. José Fernando Macedo, representou a entidade. Também estavam presentes o Dr. Jurandir Marcondes Ribas Filho, diretor institucional, e a Dra. Viviana Lemke, diretora de Defesa Profissional e conselheira federal do CFM.

O presidente do CFM, Dr. José Hiran da Silva Gallo, emocionou os presentes ao lembrar a trajetória da autarquia e a importância de defender a vida e a ética na medicina. Ele destacou a necessidade urgente de aprovação do exame de proficiência em medicina, citando pesquisas que mostram o apoio majoritário de médicos, estudantes e da população. “Não iremos abrir mão do exame de proficiência. O futuro que desejamos depende de nós, médicos, bem formados e comprometidos com a ética. 90% dos médicos aprovam o exame. 92% dos estudantes de medicina aprovam o exame. Segundo pesquisa do Datafolha, que esteve em municípios de todas as regiões brasileiras, 96% da população apoia o exame e quer uma saúde de qualidade”, afirmou.

A ministra da Saúde de Portugal, Ana Paula Martins, ressaltou a dimensão internacional da celebração, afirmando que o evento é uma homenagem não apenas à medicina brasileira, mas à medicina mundial. “Os nossos médicos continuam a ser aquelas luzes que nunca se apagam. São fé, razão e esperança para todos nós”, disse, destacando a afinidade histórica entre Brasil e Portugal na defesa do humanismo e da prática médica.

O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers, também destacou a importância da parceria entre a fé e a ciência ao longo da história. “A medicina só alcança a sua grandeza quando está a serviço da vida humana”, declarou, reafirmando o compromisso da Igreja em apoiar os profissionais de saúde e a defesa da vida.

Na mesma linha, o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Rui Nunes, enfatizou o caráter visionário do CFM e a relevância da cooperação internacional em bioética. Ele lembrou os 18 anos de convênio entre a entidade e a universidade portuguesa, que resultaram na consolidação de projetos de referência internacional. “Bioética é a ética da vida humana. Falar de ética é falar de medicina”, afirmou.

O 2º secretário do CFM, Estevam Rivello, à frente da organização do evento, ressaltou a importância simbólica da celebração dos 80 anos. Em sua fala, lembrou o protagonismo histórico de estudantes e entidades médicas na criação do Código de Ética e destacou o papel do Conselho na consolidação de políticas públicas e na construção da democracia brasileira. “Somos parte integrante da construção da democracia. Tenho orgulho de compor essa entidade, que é hoje a maior do mundo em número de médicos inscritos”. O conselheiro mencionou, ainda, a árvore de Hipócrates, cuja muda foi plantada em frente à sede do CFM, gesto que reforça a ligação da instituição com os valores fundadores da medicina.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o único médico atualmente à frente de um governo estadual, também prestigiou a cerimônia. Ele destacou a importância do CFM na definição de diretrizes que preservem o compromisso da medicina com a vida. “Cabe ao CFM mostrar que a medicina não deve ser mercantilizada, mas guiada pelo compromisso ético de salvar vidas”, disse.

A abertura deu o tom para uma programação extensa, que ao longo de dois dias reunirá especialistas nacionais e estrangeiros em conferências e mesas-redondas. Os temas abrangem desde o legado histórico da autarquia até os desafios contemporâneos da prática médica, como a judicialização da saúde, a avaliação da formação médica e as perspectivas éticas da regulação profissional nos próximos 80 anos.

Com esse marco, o CFM reafirma sua trajetória de oito décadas como guardião da boa prática médica e da defesa da sociedade, em sintonia com os avanços científicos e com o fortalecimento das instituições democráticas.


 
Com informações do CFM

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