O surto de febre amarela registrado em Minas Gerais desperta a atenção das autoridades de saúde de todo o país. A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná já intensificou o monitoramento da doença no estado e reforçou a oferta de vacina nas unidades de saúde. A Associação Médica do Paraná, através de seu departamento científico, recomenda que toda a população ainda não vacinada procure um posto de saúde e se imunize contra a doença.
A recomendação é mais urgente para quem vive em zonas rurais ou vai viajar para alguma região de risco para a doença - todos os Estados da Região Norte e Centro-Oeste, bem como parte da Região Nordeste (Estado do Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo-sul da Bahia), Região Sudeste (Estado de Minas Gerais, oeste de São Paulo e norte do Espírito Santo) e Região Sul (oeste dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul); além de países da América latina Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela.
Para o presidente da Associação Médica do Paraná, Nerlan Carvalho, a situação do Paraná inspira cuidados pelo fato de o mosquito aedes aegypti ser um transmissor da doença e o estado ter uma alta incidência deste vetor, visto os recentes casos de epidemias de dengue em diversas cidades paranaenses. “Desde 1942 não é registrado um caso urbano de febre amarela. Praticamente todos os casos são importados, de um paciente que viajou e se infectou fora do estado. No entanto, com o aumento dos casos em outras localidades do país, aumenta o risco de uma pessoa trazer esse vírus de fora e, caso picada pelo aedes aegypti, o mosquito pode transmitir a doença a outros pacientes. Por isso recomendamos a vacinação da população”, explica o médico.
A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário oficial do Sistema Único de Saúde. Todas as crianças que estão com sua carteira de vacinação em dia, recebem uma dose aos 9 meses de idade e o reforço aos quatro anos. Adultos que não receberam as doses na infância, devem tomar uma primeira dose e o reforço 10 anos depois. A vacina é oferecida gratuitamente nos postos de saúde do estado. Para garantir a oferta neste momento de aumento de procura, a Secretaria Estadual de Saúde conta com um estoque de 145 mil doses da vacina e já solicitou outras 190 mil ao Ministério da Saúde.
Até o dia 13 de fevereiro, o Ministério da Saúde registrou 1214 casos suspeitos de febre amarela no país, com 234 já confirmados em seis estados de três diferentes regiões. Até agora, 189 pessoas morreram vítimas da doença. Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Distrito Federal, Tocantins e Rio grande do Norte registraram casos da doença.
“A forma mais eficaz de evitar a febre amarela é por meio da vacinação. A vacina contra febre amarela elaborada com vírus vivo atenuado é segura e eficaz a partir dos 9 meses de idade em residentes e viajantes para áreas endêmicas, e a partir dos 6 meses em situações de surto”, explica a presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, Carla Sakuma de Oliveira.
Vacina contra a dengue
A AMP também lembra que está em andamento a fase de vacinação da segunda dose da imunização contra a dengue em 30 cidades do Paraná: Paranaguá, Foz do Iguaçu, Santa Terezinha do Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Boa Vista da Aparecida, Tapira, Santa Isabel do Ivaí, Cruzeiro do Sul, Santa Fé, Munhoz de Melo, Marialva, Paiçandu, São Jorge Do Ivaí, Maringá, Mandaguari, Sarandi, Iguaraçu, Assaí, Ibiporã, Jataizinho, Porecatu, Bela Vista do Paraíso, Cambé, Londrina, Sertanópolis, Leópolis, São Sebastião da Amoreira, Itambaracá, Cambará e Maricá.
“Esta vacina previne contra infecção causada pelos quatro sorotipos de dengue: DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4. A vacina tem uma eficácia na prevenção da doença de 65,5%; na prevenção de dengue grave e hemorrágica é de 93% e de internação é de mais de 80%”, explica Dra. Carla Sakuma de Oliveira.

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