No Brasil existem hoje cerca de 120 mil pacientes renais crônicos em tratamento e desse total 90 mil dialisam em clínicas conveniadas que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS). A manutenção desse tratamento tem se tornado um grande desafio diante da insolvência financeira que os centros de diálise enfrentam no país. Os custos aumentam, mas as vagas não. O crescimento da demanda na maioria das localidades aliado à crise no setor coloca em risco a continuidade do atendimento.
Para enfrentar e superar essa realidade a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), com apoio da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), realiza neste 29 de agosto o dia D da Campanha Nacional de Valorização da Diálise. – Vidas Importam: A Diálise Não Pode Parar. O movimento visa chamar a atenção de autoridades e da população para a crise financeira enfrentada pelas clínicas.
A campanha enfatiza a importância de se manter o nível de qualidade do tratamento renal crônico e o acesso dos pacientes. No entendimento da ABCDT e da SBN a solução está num financiamento adequado, pagamento em dia por parte dos gestores estaduais e municipais e a revisão de teto orçamentário. Para a continuidade do atendimento as clínicas devem receber por todo o serviço prestado, mesmo o que está acima do seu teto e que tenha sido solicitado pela secretaria de saúde.
O movimento também denuncia a morte de pacientes nas emergências por falta de vagas e com causas atribuídas a complicações cardiovasculares e infecciosas. O setor da Terapia Renal Substitutiva (TRS) hoje conta com 750 unidades de diálise conveniadas ao SUS. A ABCDT torna público as principais reivindicações para a TRS:
- Que o acesso à diálise seja direito garantido a todo brasileiro que dela precise, em qualquer parte do país e que se desenvolvam condições que facilitem esse acesso;
- Imediata correção dos valores pagos às unidades conveniadas, que se encontram defasados em mais de 30%, estabelecendo um critério de alinhamento anual de valores em índice a ser pactuado;
- Pagamento em dia dos serviços prestados, independente do nível governamental responsável pela contratualização.
- Criação de mecanismo que possa obrigar o contratante a cumprir o prazo disposto em lei para pagamento aos prestadores dos repasses realizados pelo Ministério da Saúde aos gestores;
- Desenvolvimento de uma política de recuperação da diálise peritoneal. O tratamento encontra-se ameaçado por falta de pagamento adequado.
- Valorização dos serviços prestados por desempenho.
A Associação Médica do Paraná (AMP) apoia a campanha Vidas Importam – A diálise não pode parar e coloca seus canais de comunicação à disposição para a publicação de informações referentes ao tema. Profissionais de imprensa que desejem aprofundar a pauta podem solicitar mais informações e fontes para entrevista através do e-mail comunicacao@amp.org.br
Campanha busca alternativas para superar a crise da diálise
quarta, 29 de agosto de 2018
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