O deputado federal Eduardo Bolsonaro solicitou, nesta semana, a retirada de tramitação do PL nº 2.842/2019, de sua autoria, que previa uma espécie de “Revalida Light” e que, no entendimento das entidades médicas, poderia privar o país de contar com um sistema de revalidação de diplomas médicos obtidos no exterior com qualidade e caráter técnico, nos moldes dos que já existem e são utilizados em países como Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra e Itália.
O anúncio mereceu destaque da Associação Médica Brasileira (AMB), que agradeceu o apoio recebido do deputado federal Hiran Gonçalves, presidente do Instituto Brasil de Medicina (IBDM) e da Frente Parlamentar da Medicina no Congresso Nacional, e também do secretário de Educação Superior do MEC (Ministério da Educação), Arnaldo Barbosa de Lima Júnior. “Ambos se comprometeram, em reuniões recentes, a atuar para que os processos de revalidação de diplomas de medicina emitidos por escolas estrangeiras sejam conduzidos de forma austera, transparente e que preservem o direito do cidadão brasileiro, que é o de ser atendido por um médico bem formado”, lembra Diogo Leite Sampaio, vice-presidente da AMB. Para a entidade, o projeto de lei criava um verdadeiro “vale-diploma”, que garantiria revalidação dos diplomas dos médicos formados no exterior que aceitassem ficar um período no Mais Médicos. O gesto do deputado, acrescenta, é um honesto reconhecimento de que a proposta em nada contribuiria para a saúde da população.
Também nesta semana, o MEC solicitou a participação da AMB no grupo de trabalho criado para analisar o processo de revalidação dos diplomas e apresentar uma proposta de aperfeiçoamento dos procedimentos de avaliação. O prazo para conclusão do relatório é de 60 dias. “Estamos atentos e, como sempre, seremos diligentes na defesa de uma medicina de qualidade”, completa Lincoln Lopes Ferreira, presidente da AMB.
Hoje, para o profissional estrangeiro ou brasileiro formado no exterior, é obrigatório o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), cuja aplicação é feita por instituições de ensino superior credenciadas.
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), o exame reduz o risco de exposição de pacientes a profissionais sem a devida qualificação ao exigir dos candidatos a aprovação em etapas que contemplem a avaliação de seus documentos e a realização de provas práticas e teóricas que, de modo justo, idôneo e transparente, mensurem seu conhecimentos, habilidades e atitudes. O posicionamento é compartilhado pelas demais entidades médicas, entre elas a Associação Médica do Paraná (AMP).
Deputado desiste de projeto que previa Revalida menos rigoroso
sábado, 25 de maio de 2019
Consentimento de Cookies.
Existem algumas opções que podem não funcionar sem a utilização dos cookies. Para mais informações sobre os cookies que utilizamos, visite a nossa Política de privacidade.