O tema escolhido para o ano de 2024 foi “Uma mãe leva a outra”. Entre as ações programadas pela Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP) está uma Live, no dia 9, a partir das 20h, pelo Instagram @sociedadeparanaensedepediatria, com as seguintes participações: Dra. Marcilene Teixeira Lima Oku, pediatra e neonatologista (moderadora e palestrante); Dra. Bruna Filippetto (ginecologista e obstetra, palestrante); Luís Alberto Jeremias (psicólogo filiado à Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e palestrante); e Dra. Jussara Ribeiro Varassin (pediatra do Departamento de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SPP e Palestrante).

A Dra. Sandra Regina Moraes, membro do Departamento Científico de Puericultura e de Aleitamento Materno da SPP, destaca que durante o mês será discutido o papel de como anda a saúde mental da mulher que se tornou mãe. Ela lembra que ser mãe de primeira viagem ou não exige dedicação, abdicação e assumir mais papéis e funções num mundo onde existe muito julgamento e pouca sororidade. O tema quer trazer um olhar ao binômio mãe-filho, mas também para essa mãe em suas necessidades biopsicossociais.

De acordo com a Dra. Sandra, "não podemos esquecer da depressão pós-parto, que pode se iniciar na gravidez e se estender até o primeiro ano de vida ou, a depender de vários fatores, permanecer por muito tempo, impactando a vida da mulher em várias esferas de sua vida". Dados estatísticos apontam que no Brasil o número de mulheres acometidas pode chegar a 25%. Apesar dos graus de gravidade, este estado mental pode interferir na amamentação, no vínculo mãe e filho e na relação do casal e na estrutura familiar.

O médico pediatra, de acordo com a Dra. Sandra, tem um papel muito importante no acompanhamento diante desse cenário. Fazer com que essa mãe se sinta acolhida e encontre empatia ao invés de julgamento, abrindo um canal de comunicação direto. O médico deve perguntar sobre sua rede de apoio, seja a família, amigas ou grupo de mães que possam trocar experiências.

Com o advento das redes sociais aumentaram as expectativas sobre o ser mãe; de só dar valor à mãe que teve seu bebê por parto normal, ou a que está amamentando sem dificuldades e que se encontra linda, magra e feliz. Um mundo imaginário e distorcido, que só existe no mundo virtual, e que muito contribui para a autocobrança desta mulher e sua autodesvalorização no papel de mãe.

Devemos pontuar as dificuldades da maternagem, mas apoiá-la. Reforçar que a amamentação é recompensadora, mesmo podendo ser difícil para algumas num primeiro momento. Informar sobre o forte vínculo mãe-filho que a amamentação traz, sobre os benefícios do leite materno para o desenvolvimento físico, cognitivo e imunológico do bebê. Sobre a importância da amamentação e a prevenção de doenças futuras.
"Cabe ao médico dar acolhimento e informação. Cabe à sociedade julgar menos. Uma mãe leva a outra. Uma mãe acolhe outra", adverte a Dra. Sandra.


Fonte: SPP

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