Em ritmo acelerado, as mulheres, que são maioria na população brasileira, caminham para dominar a medicina, uma das profissões em que mais se demorou para equilibrar a relação entre homens e mulheres no Brasil. Segundo a Demografia Médica, estudo publicado pelo Conselho Federal de Medicina em 2015, as médicas representam 41,26% dos profissionais da área no país. Se ainda não se igualaram aos homens no mercado, as doutoras têm a comemorar uma rápida evolução, ante a representatividade de apenas 30% na década de 1990 e 23% nos anos 1980.
Além disso, desde 2009, as universidades brasileiras vêm formando mais médicas do que médicos. As mulheres já são maioria entre os profissionais com menos de 30 anos de idade e a estimativa é que, até 2028 se alcance o equilíbrio entre homens e mulheres exercendo a medicina no Brasil. Ainda de acordo com a Demografia Médica, as mulheres já são maioria em algumas especialidades como Pediatria, Ginecologia, Clínica Médica e Endocrinologia, entre outras.
Além de ocuparem e dividirem com os profissionais do sexo masculino os espaços em hospitais, consultórios e, até, centros cirúrgicos, as mulheres também vêm ganhando posição de destaque nas chefias de serviços de saúde e diretorias de entidades de classe e sociedades de especialidade.
Para a presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria, Kerstin Taniguchi Abagge, é uma evolução natural e sem volta. “Antigamente era bem mais difícil. Alem de provar para ela mesma, a médica  tinha que provar para os outros que ela era melhor. Agora, eu não sinto mais essa dificuldade. Temos um histórico de mulheres presidentes da Sociedade Paranaense de Pediatria e, hoje, uma mulher também preside a sociedade brasileira. Então, minha chegada a esse cargo se deu de forma natural e com o apoio das e dos pediatras do estado”, conta.
Mas ela lembra que há não muito tempo, a situação era diferente. “Logo que comecei, lembro que havia uma condição velada de que a gente não podia ficar grávida durante a residência médica, mas isso também mudou ao longo do tempo”, conta.
A médica admite, no entanto, que ainda há tabus, como na área cirúrgica, ainda dominada por homens. “A cirurgia sempre foi uma terra masculina. Mas até isso está mudando, hoje, no Hospital de Clínicas de Curitiba, onde trabalho, por exemplo, a chefe e a vice-chefe da cirurgia são mulheres. Mas, certamente, elas tiveram mais dificuldades que eu para chegar a esses postos”, relata.
Acreditando não mais haver distinção entre homens e mulheres dentro da medicina, Dra. Kerstin aproveita o Dia Internacional da Mulher para aconselhar as médicas e as futuras médicas a serem perseverantes, trabalharem com amor e não deixarem de ser mães e esposas, se tiverem esse desejo. “Nós damos conta. Já provamos isso”

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