O último sábado, 14 de maio, marcou o Dia Nacional da Conscientização das Doenças Cardiovasculares na Mulher. Classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a principal causa de mortes no mundo, as doenças cardiovasculares respondem por um terço dos óbitos femininos globais, superando, em letalidade, enfermidades como o câncer de mama e de útero. Apesar disso, os riscos e as formas de prevenção de problemas decorrentes de doenças do coração e dos vasos sanguíneos seguem pouco conhecidos.

A necessidade de informar e esclarecer a população e, principalmente, o público feminino sobre os fatores de risco cardiovascular e a importância do diagnóstico e tratamento precoce motivou o Congresso Nacional a aprovar, em março deste ano, a criação deste dia.

A proposta, de autoria da deputada federal Mariana Carvalho (PSDB-RO), foi sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e publicada no Diário Oficial em 1º de abril. O texto que transformou a iniciativa em lei (Lei 14.320 de 2022) estabelece que a instituição do Dia Nacional da Conscientização das Doenças Cardiovasculares na Mulher visa a permitir, ao poder público, realizar ações em parceria com entidades médicas, universidades, escolas e organizações não governamentais (ONGs) e outras entidades da sociedade civil.

Entre essas ações incluem-se a organização de palestras, de eventos, e de treinamentos sobre as doenças cardiovasculares na mulher e realização de ações de prevenção das doenças cardiovasculares e de conscientização sobre os fatores de risco cardiovascular. O objetivo é ampliar e antecipar o diagnóstico, por meio do reconhecimento dos sinais de alerta, e permitir o tratamento precoce e a reabilitação, a fim de minimizar o impacto das doenças cardiovasculares na vida das pacientes, de seus familiares e de toda a sociedade brasileira.

Escolha da data

A data de 14 de maio foi escolhida devido ao nascimento da médica Bettina Ferro de Souza, em 1913. À frente de seu tempo, Bettina atuou como membro de entidades científicas regionais, como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), sendo, inclusive, a primeira presidente mulher da entidade.

Números no Brasil

De acordo com informações do DataSUS, em 2019 as doenças do aparelho circulatório foram responsáveis por mais de 170 mil óbitos de mulheres no Brasil, representando a primeira causa de morte na população feminina. Por isso, é urgente levar um alerta ao coração das mulheres brasileiras, que morrem de doenças cardiovasculares tanto quanto ou mais que os homens e pensam que infarto é doença de homem.

Os sintomas do infarto em mulheres são, em muitos casos, diferentes da clássica dor no peito com irradiação para o braço esquerdo relatada por homens. Elas descrevem mais uma fincada ou queimação no peito, palpitações, falta de ar, náuseas, mal-estar, sensação de morte, mas esse conhecimento é escasso entre as mulheres e os profissionais de saúde que delas cuidam.

R$ 20 milhões para prevenção
 
Em evento técnico-científico relativo à data, o Ministério da Saúde anunciou, também no sábado (14), no Rio de Janeiro, o investimento de mais de R$ 20 milhões para implementação de ações da Estratégia de Saúde Cardiovascular na Atenção Primária à Saúde (ECV) no Brasil.

A liberação de recursos está em duas portarias. Uma é direcionada a municípios com população menor ou igual a 200 mil habitantes, no valor de R$ 16,8 milhões, e a outra é destinada a municípios com população acima de 200 mil habitantes, no valor de R$ 3,4 milhões.

"Doença cardiovascular na mulher é um assunto prioritário para o Ministério da Saúde. O cuidado não é só no dia 14 de maio. É todos os dias", disse o ministro Marcelo Queiroga, ao anunciar o investimento.

"O enfrentamento às doenças cardiovasculares é um trabalho que começa na atenção primária, e essa mobilização que o dia de hoje pede precisa alcançar também a sociedade, para que eles tenham mais informações quanto às doenças cardiovasculares e o que o SUS pode oferecer", afirmou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara.

O investimento federal para prevenção e combate às doenças cardiovasculares poderá contemplar 482 municípios considerados elegíveis para o processo de adesão. Para obter o recurso, essas cidades deverão indicar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que atuarão em suas respectivas regiões como centros multiplicadores das ações da Estratégia de Saúde Cardiovascular na APS.


 
Com informações do Ministério da Saúde e Agência Brasil

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