O Museu da História da Medicina do Paraná, o primeiro do estado a contar a evolução desta profissão que marcou a trajetória da nossa sociedade nos últimos séculos, agora dá um passo rumo ao futuro. Será pioneiro, dentre os espaços culturais de Curitiba, a propor uma visita imersiva e tecnológica. A ideia é que se torne ainda mais atrativo, proporcionando experiências significativas e altamente inclusivas, com tecnologia de ponta permanente. 
 
O museu é fruto de uma parceria da Associação Médica do Paraná com a Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, o primeiro hospital da cidade, onde está localizado.
 
As visitas serão customizadas e os visitantes, ao caminharem pelos espaços, entrarão em contato com realidade virtual e aumentada, projeções mapeadas e outras tecnologias, que estimularão interações sensoriais e permitirão, numa mescla com o sólido acervo de objetos e a primeira farmácia hospitalar, totalmente preservada, um melhor entendimento de aspectos da medicina, ou seja, uma mistura do antigo com o novo.
 
“Com óculos de realidade virtual transportaremos as pessoas para ambientes microscópicos. Também criaremos, por meio das projeções, personagens em tamanho real, que vão interagir com elas e dialogar, além de bonecos de simulação clínica, trabalhando, por exemplo, uma reanimação pulmonar”, conta Marco Sanfelice, gerente de relações institucionais da Santa Casa.
 
Segundo ele, a intenção é que o museu atraia não somente quem estuda ciências da saúde, mas também os leigos. “As intervenções permitirão que o Museu da História da Medicina do Paraná se torne o museu com mais aparado tecnológico permanente, trazendo este grande público e permitindo que a história também seja construída ali dentro”, acrescentou, citando mais uma novidade interessante: o visitante, ao observar uma máquina antiga, poderá, pelo seu celular, através de um QR Code, ver também o tamanho e a forma do equipamento nos dias de hoje.
 
Para o presidente da AMP, Dr. Nerlan Carvalho, a finalidade de um museu não é apenas preservar a história, mas olhar para o futuro. “Os recursos como computação gráfica, simuladores e tecnologia 3D, que hoje já permite a impressão de órgãos para planejamento cirúrgico, podem ser demonstrados nesse espaço, permitindo ao jovem pensar como será o amanhã”, diz.
 
A previsão é de que a implementação das tecnologias ocorra no segundo semestre de 2021. Além da Santa Casa e da AMP, participará dessa nova fase o Núcleo de Mídia e Conhecimento (NMC). Dirigido por Fábio Chedid Silvestre, curador do museu, o NMC é uma agência de conhecimento estratégico em cultura, patrimônio e marketing social. Pratica curadorias com ênfase em patrimônio cultural material e imaterial, operando por meio de planos diretores (planejamento e projetos), que levam à construção de espaços culturais e, depois, os conteúdos sistematizados a eles relacionados. O término do projeto deve ocorrer em fevereiro de 2022.
 
Marco Sanfelice adianta que as visitações continuarão sendo gratuitas e com turno estendido até as 20h, com o objetivo de manter a experiência de sucesso, que permitiu, neste primeiro ano de abertura do museu, mais de 4,5 mil visitantes.
 
Sonho concretizado
 
Inaugurado em 2019, o Museu da História da Medicina do Paraná concretizou um antigo sonho da AMP, de tornar acessível à sociedade o valioso acervo que coletou e catalogou durante as últimas cinco décadas, que passou a ser exposto na Santa Casa, inaugurada em 1880 por Dom Pedro II. Um centro cirúrgico e um “pulmão de aço” de quase meia tonelada, inventado nos Estados Unidos em 1928 e utilizado em pacientes com insuficiência respiratória causada pela poliomielite, estão entre as peças.
 
O prédio histórico da Santa Casa foi o primeiro e, por muitos anos, o único hospital de Curitiba, além de ter funcionado como hospital-escola para a Universidade Federal do Paraná até a construção do Hospital de Clínicas, na década de 60. O prédio também abriga uma área preservada pelo patrimônio histórico e que recentemente foi restaurada, mantendo fielmente a estrutura que tinha na época de sua fundação. Entre esses espaços, que podem ser conhecidos pelos visitantes, estão a farmácia, com armários e frascos de medicamentos ainda lacrados, a capela, o sótão e o primeiro elevador da cidade.

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