“Diferentemente do que se quer fazer crer, o médico não é responsável pelo suposto problema nas contas das operadoras de saúde. Ao contrário, ele tem bancado, com a diminuição de seus honorários, a inoperância administrativa realizada na gestão das operadoras”, declarou o médico João Carlos Baracho, presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), ao falar nesta segunda-feira (14), no horário do Grande Expediente, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa. Na ocasião, Baracho detalhou as propostas da classe para futuras negociações com as operadoras de planos de saúde e apresentou um relato sobre a mobilização que aconteceu no Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde.

A participação de Baracho na sessão atendeu a convite do deputado Ney Leprevost (PSD), líder da Frente Estadual da Saúde e Cidadania.

No Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde, que movimentou os profissionais médicos no último dia 25 de abril, em todo o Brasil, a categoria manifestou-se contra os baixos honorários e a interferência das operadoras na relação ética dos profissionais com seus pacientes. De acordo com a AMP, o movimento é um alerta sobre a insatisfação dos médicos com os serviços prestados pelos planos de saúde, o que afeta 46 milhões de brasileiros usuários da rede suplementar.

Baracho lembrou que apesar das manifestações os profissionais paranaenses decidiram não paralisar os atendimentos, para não prejudicar os usuários: “Se a opção foi por não prejudicar a população com a interrupção do atendimento é necessário, agora, um espaço como o da Assembleia Legislativa, para que as informações sobre o movimento e as dificuldades de trabalho dos médicos cheguem aos cidadãos”, assinalou. De acordo com o presidente da AMP, nos últimos dez anos a inflação acumulada é de 105%, enquanto as mensalidade dos planos de saúde foram majoradas em 135% para os usuários, mas os médicos estão quase sem nenhum reajuste em todo esse período. Ele afirmou ainda que “o descontentamento tem gerado descredenciamento de inúmeros profissionais dos planos de saúde, o que é extremamente prejudicial para a população que paga seu plano de saúde e não pode ser atendida, por meio desse plano, por seu médico de preferência”.

Propostas – Além das negociações com as operadoras de saúde a Associação Médica reconhece que o sistema de saúde suplementar possui falhas que dificultam e engessam a atuação dos planos de saúde. Nesse sentido, conforme Baracho, a classe tem buscado contribuir para encontrar soluções que permitam o equacionamento do problema. Entre as sugestões apresentadas está a proposta de alteração da Lei nº 9.656/98, para permissão da desvinculação da consulta médica.

O presidente da AMP, que durante a sessão foi homenageado pelo presidente Valdir Rossoni (PSDB), com uma menção honrosa em reconhecimento ao excelente trabalho prestado pela instituição aos paranaenses, aproveitou o momento para também pedir apoio para a criação do primeiro Museu da Medicina Paranaense. “Temos um acervo enorme e precisamos de um espaço adequado para colocar toda essa história à disposição dos cidadãos e, principalmente, de nossos estudantes. Enquadrando a AMP nos critérios da Lei de Incentivo à Cultura nos aproximaremos deste sonho”, concluiu.

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