Centenas de estudantes de medicina e médicos curitibanos ocuparam o centro de Curitiba, no último sábado, dia 25, para uma manifestação contra a proposta defendida pelo governo federal de trazer médicos formados no exterior para atuar em municípios do interior do País, dispensando-os da prova de revalidação do diploma, hoje necessária para que um médico formado no exterior comprove qualificação técnica para atuar no Brasil. O protesto, nacional, também ocorreu em Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa.

A manifestação, organizada pelos estudantes dos quatro centro acadêmicos de cursos de Medicina de Curitiba, Universidade Federal do Paraná, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Universidade Positivo e Faculdades Evangélicas do Paraná, com o apoio das entidades de classe que representam os médicos no Estado, Associação Médica do Paraná, Conselho Regional de Medicina e Sindicato dos Médicos no Paraná serviu para alertar a comunidade sobre o risco desta importação deliberada.

“Não somos contra a vinda de médicos de fora, somos contrários à dispensa de avaliação, que é um risco para a saúde pública. Não saberemos a competência deste médico que vai atender, justamente, a população mais carente. Isso é uma temeridade”, disse o secretário da AMP Nerlan de Carvalho. “O argumento de que a vinda desses médicos é para compensar uma falta de profissionais, principalmente no interior do país, é equivocado. “Não faltam médicos, faltam condições de trabalho para que o profissional de saúde se fixe em uma cidade dessas. Saúde não é só médico. Sem estrutura, equipamentos e um hospital de referência próximo, pouco se pode fazer pela saúde dessas populações e é por isso que os médicos brasileiros não aceitam trabalhar em um local assim”, reforçou.

Os quase mil manifestantes percorreram todo o calçadão da rua XV de Novembro, ocupando, no final a escadaria do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade, centro da capital paranaense, onde cantaram o hino nacional, discursaram e soltaram mil balões biodegradáveis para marcar a manifestação.

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