segunda, 21 de dezembro de 2020
As entidades médicas precisam unir-se em defesa da profissão médica. Esse foi o recado que o presidente da Associação Médica do Paraná, Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho, buscou passar em sua apresentação durante reunião do Conselho Federativo das Unimeds do Estado do Paraná, no último dia 17. Esse Conselho, composto por representantes das 23 Unimeds do estado, acontece periodicamente e tem por objetivo de discutir questões relativas ao Sistema e à Saúde Suplementar no estado. Por isso, muitas vezes, também traz convidados para ampliar o debate.
Durante sua apresentação, Nerlan de Carvalho falou da dificuldade que o médico, na correria do dia a dia em seu consultório e em suas atividades, tem de enxergar o seu trabalho como um todo. Por isso a importância do associativismo e do cooperativismo como formas de debater aspectos pertinentes à profissão médica, atuando em sua defesa.
O que está em jogo para o presidente é a qualidade do trabalho médico e as condições desse trabalho. Carvalho falou dos 11 anos necessários para uma formação (8.400 horas do curso de Medicina, concurso para residência médica, concurso para progressão na especialidade até o título de especialista). Isso gera no médico um comportamento de autossuficiência e individualismo. No entanto, a disputa pelo mercado de trabalho, a remuneração inadequada, em muitos casos, as longas jornadas de trabalho estão levando muitos profissionais a desenvolverem Síndrome de Burnout, dependência química e até suicídio.
Para ele, é preciso discutir aspectos como esses quando se pensa em melhorar a distribuição de médicos no Brasil e não simplesmente ficar ampliando o número de faculdades e os números de vagas nessas faculdades na área de medicina. Algumas sem critérios contundentes de qualidade na formação. Atualmente, são cerca de 350 faculdades de medicina, com 35.622 vagas/ano. Em 2000, havia 230.110 médicos, hoje são 502.475 médicos, cerca de 2,4 médicos/por 1.000 habitantes.
Isso significa mais acesso à população? Não. A concentração de médicos por região é muito grande. Cidades como Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) têm respectivamente, 13,71; 10,68; e 9,94 médicos a cada 1.000 habitantes. Na região Sul, são 5,6 médicos, a cada 1.000 habitantes. Todos maiores que os números de países como EUA (2,6), Canadá (2,7) e Inglaterra (2,8). Tudo bem se isso implicasse qualidade. No entanto, é apenas mais concorrência e risco diante da desqualificação de muitos profissionais. Para complicar ainda mais esse cenário, a flexibilização do revalida vem se somar a interesses que não primam exatamente pela assistência com qualidade à população, nem pela prática de uma medicina de qualidade.
Para Carvalho, a questão da distribuição de médicos pelo país de forma a garantir o acesso da população passa, necessariamente, pela discussão e implantação de uma carreira médica de estado. E a qualidade dessa assistência tem a ver com uma maior fiscalização e controle de faculdades e vagas de medicina. De modo que a qualidade esteja acima dos interesses comerciais de vários desses centros.
O excesso de mão de obra, a concentração de mercado, algo que está acontecendo bastante no setor de saúde suplementar, com a compra de hospitais e planos de saúde por grupos estrangeiros, e a falta de entendimento do próprio médico de como caminha a profissão são risco à prática médica como um todo. Carvalho entende que é preciso união de todos em benefício das discussões desses rumos. A Frente Parlamentar da Medicina, que reúne políticos, muitos com formação médica, em defesa da profissão e dos cuidados em relação à sua prática, é um dos caminhos. Outro é o entendimento da importância de entidades como a Unimed e a AMP estarem unidas em prol da classe. “Muitos não entendem a importância de cuidar do seu ‘negócio’ e a necessidade de se unirem para o fortalecimento e valorização da prática médica, promovendo tal sinergia que implique força para a classe e ao mesmo tempo garantia de maior qualidade no atendimento aos nossos pacientes e à população em geral”.
Para finalizar, Carvalho falou do espaço que a AMP vem criando, como Universidade Corporativa e auditórios, todos com objetivo de proporcionar aos associados e parceiros, como a própria Unimed, momentos de debate, desenvolvimento e confraternização.
Durante sua apresentação, Nerlan de Carvalho falou da dificuldade que o médico, na correria do dia a dia em seu consultório e em suas atividades, tem de enxergar o seu trabalho como um todo. Por isso a importância do associativismo e do cooperativismo como formas de debater aspectos pertinentes à profissão médica, atuando em sua defesa.
O que está em jogo para o presidente é a qualidade do trabalho médico e as condições desse trabalho. Carvalho falou dos 11 anos necessários para uma formação (8.400 horas do curso de Medicina, concurso para residência médica, concurso para progressão na especialidade até o título de especialista). Isso gera no médico um comportamento de autossuficiência e individualismo. No entanto, a disputa pelo mercado de trabalho, a remuneração inadequada, em muitos casos, as longas jornadas de trabalho estão levando muitos profissionais a desenvolverem Síndrome de Burnout, dependência química e até suicídio.
Para ele, é preciso discutir aspectos como esses quando se pensa em melhorar a distribuição de médicos no Brasil e não simplesmente ficar ampliando o número de faculdades e os números de vagas nessas faculdades na área de medicina. Algumas sem critérios contundentes de qualidade na formação. Atualmente, são cerca de 350 faculdades de medicina, com 35.622 vagas/ano. Em 2000, havia 230.110 médicos, hoje são 502.475 médicos, cerca de 2,4 médicos/por 1.000 habitantes.
Isso significa mais acesso à população? Não. A concentração de médicos por região é muito grande. Cidades como Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) têm respectivamente, 13,71; 10,68; e 9,94 médicos a cada 1.000 habitantes. Na região Sul, são 5,6 médicos, a cada 1.000 habitantes. Todos maiores que os números de países como EUA (2,6), Canadá (2,7) e Inglaterra (2,8). Tudo bem se isso implicasse qualidade. No entanto, é apenas mais concorrência e risco diante da desqualificação de muitos profissionais. Para complicar ainda mais esse cenário, a flexibilização do revalida vem se somar a interesses que não primam exatamente pela assistência com qualidade à população, nem pela prática de uma medicina de qualidade.
Para Carvalho, a questão da distribuição de médicos pelo país de forma a garantir o acesso da população passa, necessariamente, pela discussão e implantação de uma carreira médica de estado. E a qualidade dessa assistência tem a ver com uma maior fiscalização e controle de faculdades e vagas de medicina. De modo que a qualidade esteja acima dos interesses comerciais de vários desses centros.
O excesso de mão de obra, a concentração de mercado, algo que está acontecendo bastante no setor de saúde suplementar, com a compra de hospitais e planos de saúde por grupos estrangeiros, e a falta de entendimento do próprio médico de como caminha a profissão são risco à prática médica como um todo. Carvalho entende que é preciso união de todos em benefício das discussões desses rumos. A Frente Parlamentar da Medicina, que reúne políticos, muitos com formação médica, em defesa da profissão e dos cuidados em relação à sua prática, é um dos caminhos. Outro é o entendimento da importância de entidades como a Unimed e a AMP estarem unidas em prol da classe. “Muitos não entendem a importância de cuidar do seu ‘negócio’ e a necessidade de se unirem para o fortalecimento e valorização da prática médica, promovendo tal sinergia que implique força para a classe e ao mesmo tempo garantia de maior qualidade no atendimento aos nossos pacientes e à população em geral”.
Para finalizar, Carvalho falou do espaço que a AMP vem criando, como Universidade Corporativa e auditórios, todos com objetivo de proporcionar aos associados e parceiros, como a própria Unimed, momentos de debate, desenvolvimento e confraternização.