A Associação Médica do Paraná recebeu, nesta terça-feira, em Curitiba, o presidente da Associação Paulista de Medicina, Florisval Meinão, que veio à capital paranaense para oficializar o apoio à candidatura do diretor e ex-presidente da AMP Jurandir Marcondes Ribas Filho à presidência da Associação Médica Brasileira. Em reunião com o presidente da AMP, Nerlan Carvalho, Dr. Florisval avaliou o cenário da saúde no Brasil e o momento do associativismo.
“O cenário atual da saúde no Brasil é bastante preocupante, porque temos um Sistema Único de Saúde sofrendo com o a falta de financiamento, que não lhe permite cumprir o que determina a Constituição, que diz que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado; e uma saúde suplementar que cobra mensalidades muito altas, remunera mal seus médicos e impõe ao paciente uma série de obstáculos para ter acesso a exames e procedimentos, e que ainda sofre com a perda de usuários por conta da crise econômica”, avalia, citando que o médico acaba se tornando refém desses sistemas, uma vez que somente 4% dos médicos brasileiros sobrevivem somente com atendimento particular. Os outros 96% ou estão no sistema público ou vinculado a ao menos uma operadora de saúde. “É preocupante, pois o médico ou está atuando em um sistema com muita carência, ou está sendo explorado”.
Ele alerta, ainda, que o futuro é ainda mais preocupante. Com o aumento do número de cursos de medicina no país, ele estima que a oferta de médios dobre em um período de 20 anos. “E, neste período, por conta da PEC que estabeleceu o teto dos gastos, os investimentos em saúde não poderão ser aumentados além da inflação. Então, teremos o dobro de médicos atuando, com o mesmo orçamento de hoje”.
Para o presidente da APM, prever esse cenário e apontar soluções é uma das principais missões das associações médicas pelo país. “E esse é um trabalho que as associações precisam desenvolver. Ter a percepção do momento atual e projetar o futuro, para cumprir suas duas missões: defender a qualidade do atendimento à população e defender o médico no mercado de trabalho”, disse. “A classe está pulverizada e isso dificulta muito a unidade. É outro desafio que temos que enfrentar. Mas, mesmo que o médico não esteja associado, se a associação mantiver ações contundentes em defesa da medicina, esse médico vai apoiar, vai se unir na luta, e isso é fundamental para a representatividade”, acrescentou.
Dr. Florisval defendeu que a classe médica assuma protagonismo político, ocupe cargos e pressione por políticas públicas de saúde, como o SUS 10 – que prevê o investimento de 10% do PIB na Saúde e o plano de carreiras para médicos. “Temos uma representatividade muito pobre no parlamento. Temos muitos médicos políticos, mas que ingressaram no parlamento por outro canal que não a da medicina. Defendemos a criação da frente parlamentar dos médicos, para atuar em bloco suprapartidário em defesa da saúde e da medicina, como vários outros blocos muito fortes que existem no Congresso”, avalia.
Sobre o apoio á candidatura de Dr. Jurandir à presidência da AMB, ele explica que a APM fechou questão em torno do candidato paranaense por entender que a AMB precisa recuperar seu pode de representação dos médicos. “Perdemos a capacidade de representar, tornou-se uma entidade burocrática e tem apresentado até problemas na administração econômica. Então, hoje, uma parcela significativa dos médicos clama por mudança e o nome que congrega todas as condições para retomar o crescimento e a força da AMP é o de Jurandir Marcondes Ribas Filho”, concluiu.
Presidente da Associação Paulista de Medicina visita AMP
terça, 25 de julho de 2017
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