No dia mundial da saúde, anualmente comemorado em 7 de abril a Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde chamam a atenção, neste ano, para a necessidade de se universalizar o acesso a saúde, garantindo a todos os cidadãos do mundo o acesso aos serviços de promoção de saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos de qualidade, integrais, seguros e eficazes, sem qualquer tipo de discriminação e sem causarem dificuldades financeiras.

“A saúde universal não é apenas garantir que todos estejam contemplados, mas que todos tenham acesso aos cuidados quando precisam, onde quer que estejam”, diz o lema da campanha, que sustenta que o acesso a cuidados de qualidade e à proteção financeira não só melhoram a saúde das pessoas e suas expectativas de vida, mas também protege os países das epidemias, reduz a pobreza e o risco de fome, cria empregos, impulsiona o crescimento econômico e promove a igualdade de gênero.   

A OPAS destaca ainda que 3 em cada 10 pessoas não procuram cuidados em saúde por motivos financeiros e que os países da América Latina investem, em média, 3,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em saúde pública, quando o recomendado é, no mínimo, 6%.

Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde, um terço da população das Américas ainda enfrenta barreiras para acessar os serviços de saúde dos quais precisam. As principais barreiras são geográficas (quando não há equipamentos de saúde adequados na região em que residem), econômicas (quando não podem arcar com os custos da saúde) ou burocráticas (filas, listas de espera para consultas ou procedimentos com especialistas, carências).

A saúde universal só pode ser alcançada quando a vontade política é forte. Assim, ao comemorar seu 70º aniversário neste ano, a OMS chama os líderes mundiais para cumprir as promessas que fizeram quando concordaram com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2015 e para tornar a saúde universal uma realidade para todos. A saúde universal significa garantir que todos, em todos os lugares, tenham acesso a serviços de saúde de qualidade, sem enfrentar dificuldades financeiras.  
Entre as medidas apontadas pela OMS e OPAS para universalizar o acesso à saúde, estão a luta para que os profissionais de saúde possam desfrutar de emprego estável e decente, pois isso fortalece o sistema de saúde e o desenvolvimento social e econômico do país e a criação de movimentos que promovam acordos de alto nível entre os setores educacional e de saúde, a fim de alcançar padrões de qualidade na formação de profissionais de saúde, com base em necessidades específicas da comunidade.

A Associação Médica do Paraná abraça a campanha, lembrando que a promoção de saúde e a defesa de políticas públicas que garantam o acesso universal da população à saúde estão entre as missões da instituição estabelecidas em seu estatuto no ato de fundação, em 1933.

“O Sistema Único de Saúde, modelo brasileiro, é, na teoria, um dos sistemas mais próximos de universalizar o acesso a saúde. No entanto, o desinvestimento e a falta de políticas públicas acabam prejudicando seu funcionamento, com a falta infraestrutura e de recursos humanos para atender adequadamente toda a população que necessita de saúde gratuita de qualidade”, comenta o presidente da AMP, Nerlan Carvalho.

“Assim, a AMP tem, entre suas bandeiras, a defesa do SUS 10, projeto de iniciativa popular que obriga a União a investir 10% de ruas receitas em saúde, e na criação de uma carreira pública para médicos, que sirva de incentivo para que o médico tenha interesse em atuar no sistema público. Com investimentos e atração de profissionais de qualidade, caminharemos para a real universalização da saúde no Brasil”, concluiu.

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